Prefeitura quer que motoristas de carros financiem o transporte público

Em discurso durante a abertura do Seminário da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU & Transpúblico), o secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto, defendeu que motoristas de carro de passeio financiem o transporte público pagando mais pela gasolina. Ele também defendeu que empresários paguem pelo Vale-Transporte até mesmo para os funcionários que não aceitam o benefício.

De acordo com o secretário, a Prefeitura tem um estudo da Faculdade Getúlio Vargas (FGV) mostrando que um aumento de R$0,10 no litro da gasolina, e com o devido repasse ao munícipio, poderia manter a passagem de ônibus em R$3,50 .

A mudança é defendida também pela Frente Nacional de Prefeitos, para melhorias no transporte público. Tatto, defende que o aumento no litro do combustível é um equilíbrio entre motoristas e passageiros. “O veículo usa um espaço maior do que ele (o condutor) próprio. É mais uma compensação para privilegiar e incentivar as pessoas a usarem o transporte público”, explicou o secretário. “A gasolina ficaria mais cara em função de ajudar no transporte”,

Atualmente a cidade de São Paulo conta com uma frota de cerca de 8 milhões de veículos, segundo o Departamento Estadual de Trânsito (Detran). A São Paulo Transporte (SPTrans) possui 15 mil coletivos cadastrados.

O Vale-Transporte é pago pelas empresas aos funcionários mediante o desconto de 6% do salário.

Para Cunha, presidente da NTU, o dinheiro poderia subsidiar parte dos custos das empresas de ônibus, abaixando ou congelando as tarifas. “Aqui (no Brasil) não temos o agente financiador. Tudo está em cima da tarifa e ousuário não aguenta pagar esse preço, o transporte não melhorar porque depende de investimento. A Cide (Contribuição na Intervenção no Domínio Econômico) municipal é interessante”.

CONTRA
O ministro das Cidades e ex-prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD), se disse contrário a ideia da Prefeitura. Acho que é uma proposta complexa e difícil de ser administrada. Eu acredito que o brasileiro está no limite de suas contribuições e seria um tributo praticamente em cima de todos os brasileiros. Sou contra. Acredito que você pode criar outras formas de financiamento do poder público, do transporte público, mas não tributando o cidadão” disse Kassab, que também estava presente no seminário.

Fonte: Diário de Sampa